quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Dia 17 de Outubro de 2013


Manhã


Conferência: Saúde e Seurança Ocupacional, Nanomateriais e Nanotecnologia

Nesta manhã do dia 17, ocorreu a transmissão da vídeo conferência com o Dr. Pieter Van Broekhuizen, que proferiu sua palestra diretamente da Holanda.


O professor falou sobre alguns dilemas da nanotecnologia, ressaltando que o problema dos nanomateriais é o fato de sabermos dos reais riscos dessa inovação.
O professor mencionou que na União Europeia discute-se como será abordada a avaliação dos riscos dos nanomateriais ou se será analisada caso a caso.
Também, um dos pontos discutidos foi o fato de o que devemos fazer para que o princípio da precaução seja eficaz para o meio ambiente. Segundo o mesmo, a precaução é um processo deliberativo, portanto, devemos avaliálo e leválo até as indústrias.
Para ele, é necessário que haja um acordo mútuo entre sindicatos e trabalhadores, para que assim ocorra uma proteção dos nanomateriais.
Por fim, o Dr. Pieter relata que o conhecimento deve ser levado ao consumidor. Quem consome tem o direito de saber quais produtos utilizam de nanomateriais, e quais são estes nanomateriais utilizados.

Tema: Como Analisar mais 10 anos de desenvolvimento das Nanotecnologias

A manhã do dia 17 foi marcada por mais uma vídeo conferência, ministrada pelo Dr. Alfred Normann, diretamente da Alemanha.



Normann começou sua paletra afirmando que a nanotecnologia mudou muito nos últimos anos, no início, não haviam muitas ideias de progresso, apesar das pessoas falarem muito nela, principalmente como uma questão de poder.
Neste tempo, as definições de nanotecnologia não eram muito claras, mas era muito comum falar que ela tinha futuro. Quando começou, a nanotecnologia não tinha nada além de um futuro.
Hoje, vemos muito mais claramente a nanotecnologia, com uma visão muito mais concreta, e não mais abstrata, como quando de seu início.
O palestrante destaca que a nanotecnologia é muito diferente dos outros projetos tecnológicos, como colocar o homem na lua e a cura do câncer.
Há uma grandes listas de problemas que deve-se resolver antes de comerçar a produção os produtos derivados destes nanomateriais.
Como solução para grande parte dos problemas, e já como uma função para os próximos 10 anos, o palestrante destaca que devemos observar como os nanomateriais estão afetando o ambiente do mercado de trabalho, assim como os mesmos estão influenciando a biomedicina e os biocombustíveis

Mesa Redonda: Reflexões Sobre os Temas Centrais do Seminário

Esta manhã também foi marcada pela presença e pelas apresentações dos palestrantes, Dr. Kenneth Gould, Dr. Jaydee Hanson e Dr. Steve Suppan.

O primeiro a apresentar foi o Dr. Kenneth Gould que ministrou sua apresentação: "Slowing the Nanotechnology Treadmill: Impact Science vs. Production Science for sustainable Tecnological Development", que em uma tradução livre ficaria, "Desacelerando a Esteira da Nanotecnologia: Ciência de Impacto vs. Ciência de produção por um Desenvolvimento Tecnológico Sustentável".


Kenneth destacou logo de início que a nanotecnologia tem o grande potencial de criar uma nova Revolução Indústrial, sendo um motivo de preocupação para toda a sociedade.
Ele faz a análise do que ele chama de sistemas sociais mau compreendidos, e tenta fazer entender como esses sistemas interagem entre si.
Keneth destaca dois diferentes sistemas, que são o "sistema natural" e o "sistema social", e ainda explica o desenvolver da esteira da produção, e qual o seu relacionamento com o meio ambiente.
Ele ainda indica que há um grande desincentivo para a avaliação dos impactos acerca da nanotecnologia, pois como a maioria das pesquisas são provenientes da iniciativa privada, ninguem tem o interesse de analisar quais os riscos provenientes desta tecnologia.
Para resolver tais problemas , Keneth afirma que devemos fazer amplas pesquisas na área nano, as quais devem ser avaliadas pelo setor público, com todos os seu resultados sendo amplamente divulgados para toda o público em geral.

Na sequência, o próximo a apresentar foi o Dr. Steve Suppan, que procurou tratar sobre a nanotecnologia, seus riscos e seu envolvimento com a agricultura.


Segundo Steve, deve ser feita uma pesquisa social para que se veja quais nanoprodutos são aceitáveis perante a sociedade, pois não há certeza quanto aos riscos inerentes a esta tecnologia.
Atualmente, as pessoas não sabem que estão utilizando produtos compostos por materiais nanotecnológicos, por este motivo, deve-se entender como funcionam os nanomateriais amplamente criados, e consequentemente, como eles podem nos afetar.
De acordo com Steve, precisa-se utilizar o poder do governo para fazer pesquisas, e amplamente regular o mercado da nanotecnologia, necessitando, para isto, um grande engajameto e uma grande participação popular.

O terceiro a apresentar foi o Dr. Jaydee Hanson, que apresentou sobre os princípios para a supervisão de nanotecnlogias e para a supervisão de nanomateriais.


Jaydee elenca os oito princípios inerentes às nanotecnologias e aos nanomateriais, fazendo a seguinte questão: A nanotecnologia está se desenvolvendo sob os chamados princípios ou não?
Os oito princípios são:

I - Princípio da Precaução;
II - Princípio Sobre a Regulamentação Mandatória Nanoespecífica;
III - Princípio da Proteção à Saúde e Segurança para o Público de Trabalhadores;
IV - Princípio da Sustentabilidade Ambiental;
V - Princípio da Transparência;
VI - Princípio da Participação do Público;
VII - Princípio da Inclusão de amplos impactos;
VIII - Princípio da Responsabilidade do Promotor.

Segundo Jaydee, ainda não temos uma regulamentação nanoespecífica, temos apenas algumas orientação, promessas de investigações para a criação de leis, pois para as empresas, melhor que ganhar uma ação, é impedir que uma lei seja criada. É o que acontece atualmente.
De acordo com o palestrante, o Brasil é exemplo quanto ao engajamento de seus sindicatos, o que é muito bom, pois é digno que todos os trabalhadore e consumidores saibam com o que estão entrando em contato.
Jaydee afirma que é frustrante a situação atual nos Estados Unidos, lá trabalhadores ganham roupas e equipamentos para seu trabalho qe jamais seriam adequados para o seu serviço.
Precisamos de estudos que digam quais os reias efeitos do contato dos nanomateriais com o meio ambiente.
Jaydee, aocomentar sobre a divulgação da nanotecnologia, por fim comenta, que a única solução para que saibamos que produtos consumimos, é "rotular" estes produtos, dizendo que foi feita com nanomateriais, e quais nanomateriais foram utilizados na produção.



Tarde



Mesa Redonda: Nanotecnologia & Saúde

À tarde, as palestras foram ministradas pela Dra. Arline Arcuri, pelo Dr. Gilberto Almazan e pelo Dr. Gilson Lima.

A primeira a tomar a palavra foi a Dra. Aline Arcuri, que falou da relação entre a nanotecnologia e a saúde do trabalhador


A Dra. Arline mostrou que a nanotecnologia hoje é empregada em muitos ramos do conhecimento, dentro dos quais avança mais a cada dia.
A aplicação da nanotecnologia é também cada vez mais importante para a  aplicação da medicina, todavia, a nanotecnologia pode expor as pessoas, não somente quanto a imagem, mas também quanto à saúde.
Objetos já existentes e que utilizam da nanotecnologia podem facilmente adentrar no sistema humano e causar impactos até hoje desconhecidos.
Por estes fatos, busca-se uma aplicação segura da nanotecnologia, que nos  próximos 10 anos avançará muito mais, pois a mesma já apresentou resultados antes inimagináveis, e, com certeza trará mais resultados impressionantes aos olhos humanos, que, contudo, deverão obedecer aos padrões necessários.

O segundo a tomar a palavra foi o Dr. Gilson Lima, que falou sobre a nanotecnologia e toda a tecnologia em si.


Segundo Gilson, há tecnologias muito avançadas, mas que representam simplesmente um retrocesso para a espécie huama
Muitas vezes dependemos da informática para sobreviver ou manter algo, que hoje não funcionam sem a presença da informática. Como os hospitais, por exemplo.
O palestrante faz uma crítica quanto aos robos. Quando falamos sobre robos que pensam, falamos em "computabilidade" da informação, pois estes não são seres inteligentes. Seres inteligentes são aquieles que tem a capacidade de pensar e raciocinar.
Portanto, ter memória não é inteligência, e ser artificial não é ciência.
Por fim, segundo o mesmo, temos dois sentimentos no corpo, o praze e o medo, e sobre a vida não sabemos nada.

Por fim, o terceiro a apresentar foi o Dr. Gilberto Almazan, que tratou um pouco mais sobre nanotecnologia.


Segundo o mesmo, a nanotecnologia é uma tecnologia que pode ser usada tanto para curar quanto para matar. As nanotecnologias permeiam todos os setores da indústria, da econômia e de tudo que possamos produzir, por isso devemos pensar em termos para estudar, comentando estes estudos e divulgando para a população em geral.
Atualmente, há muitos estudos que buscam o que acontece com a nanotecnologia depois que a criamos ou depois que a consumimos, contudo, ainda há poucos resultados, que mesmo assim, devem comprovar que não há efeito nocivo para quem está utilizando ou consumindo.

Dia 16 de outubro de 2013

Palestra: Novas Políticas de Integração das Ciências Sociais e Humanas em Grupos de Pesquisa em Nanotecnologia: O Caso da Univesity of Cornell

Na primeira palestra deste dia 16, a primeira a tomar a palavra foi a Dra. Ana Vizeu, pesquisadora do CIES ISCTE-LUL de Lisboa e professora assistente do Departamento de Estudos da Comunicação da University of York em Toronto, no Canadá.
Em sua palestra, Ana relata como foi a sua pesquisa na cidade de Cornell, no Estados Unidos, no tempo em que esteve no CNF (Cornell NanoScale Science & Technology Facility), destacando como foi a experiência de pesquisar nanotecnologia em um país que é considerado referência mundial.
A palestrante também relatou que nos EUA há muita discriminação do gênero, a mulher é muito discriminada. Por ser mulher, ela teve muitas dificuldades na realização de sua pesquisa.
Ana também cita que cuidar da tecnologia não significa problematizá-la, deve-se pesquisar sobre ela, e procurar suas vantagens e benefícios.

Mesa Redonda: Nanotecnologia e o Mundo do Trabalho

A segunda parte desta manhã foi marcada pelas considerações dos palestrantes Luis Carlos de Oliveira, Ana Yara Paulino e Sebastião Lopes Neto.
A primeira a tomar a palavra foi Ana Paulino, que explicou que atualmente no Brasil, há cerca de 150 empresas envolvidas com projetos e desenvolvimento de produtos em nanotecnologia interagindo com o setor acadêmico, sendo que destas, as principais envolvidas são as químicas, metalúrgicas e da construção civil.
Dentre suas principais falas, destacam-se:
- Como o Estado brasileiro garantirá o controle sobre a regulação e os impactos em processos e produtos envolvendo nanotecnologias, e qual o papel da sociedade e dos trabalhadores.
- A situação dos sindicatos brasileiros e o movimento referente à nanotecnologia, onde a saúde dos trabalhadores seja preservada.
- A necessidade do Brasil obter um modelo de desenvolvimento que gere mais e melhores empregos, e a introdução das novas tecnologias no mercado de trabalho sem prejudicar os trabalhadores.
- Quais medidas devem ser seguidas nos próximos anos para a nanotecnologia.
Na segunda parte dos discursos, Luis Carlos de Oliveira discutiu acerca dos impactos da nanotecnologia na saúde dos trabalhadores e no meio ambiente. O palestrante iniciou o discurso mostrando dados do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, delineando quais ações vem sendo desenvolvidas com relação à nanotecnologia.
Segundo o mesmo, as principais ações do sindicato são realizadas em parceria com a Fundacentro e a DIEESE, sendo que destas ações, pode-se dar destaque às reuniões, palestras, conferências, cartilhas, histórias em quadrinhos, e entre outras ações realizadas pelos mesmos.

Curso 3: Introdução às Técnicas de Caracterização de Materiais Particulados e Nanomateriais

O terceiro curso do evento foi ministrado pelo Dr. Henrique Kahn, pesquisador do laboratório de caracterização Tecnológica da Universidade de São Paulo.



O objetivo do curso é apresentar as principais técnicas e equipamentos utilizados para caracterizar os nanomateriais e os materiais particulados.
O professor salientou que a tensão superficial e o tamanho do material exerce grande influência nas técnicas de medição e que há diversas formas de caracterizar as nanopartículas, sendo que a técnica mais utilizada e que apresenta melhores resultados vale-se de microscópio a laser, sendo que, na atualidade, é possível determinar não somente o tamanho das nanopartículas, mas, também, a sua morfologia.
O curso visa possibilitar a aquisição de conhecimentos técnicos acerca do dimensionamento e caracterização das nanopartículas aos participantes do X Seminanosoma.

 


 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

 Dia 15 de Outubro de 2013

Palestra: Ciência do Futuro e Futuro da Ciência: Redes e Políticas de Nanociência e Nanotecnologia no Brasil

A primeira palestra da manhã do dia 15 foi proferida pelo Prof. Dr. Jorge Luiz dos Santos Júnior


O palestrante Jorge Luiz do Santos Júnior apresentou seu livro que será lançado no evento intitulado Ciência do Futuro e Futuro da Ciência: Redes e Políticas de Nanociência e Nanotecnologia no Brasil.
Na obra, o autor procura comprovar através de análise de dados sobre as redes de pesquisa na área  da nanociência e da nanotecnologia no Brasil, a forma com as políticas de governo se materializam nas agências de fomento e como as ciência sociais não têm conseguido ser contempladas nas políticas de nanociência e nanotecnologia no Brasil.
O principal objetivo do livro é analisar em que grau a política brasileira de nanotecnologia e nanociência, baseada fundamentalmente na formação de redes de pesquisa possui direcionamento (de agenda e de ideologias) de comunidades científicas e tecnológicas no Brasil.
Por meio da análise estrutural de Redes o autor evidencia o predomínio das ciências exatas (física e química) sobre as sociais, no Brasil.

Palestra: Nanotecnologia e Agricultura

A segunda palestra foi ministrada pelo Dr. Steve Suppan / Institute for Agriculture and Trade Police/USA.


A segunda palestra foi ministrada pelo pesquisador do Institute for Agriculture and Trade Police, Dr. Steve Suppan, que apresentou os projetos agro-tecnológicos como solução para os problemas de produção de alimentos.
O palestrante, utilizando-se de dados das organizações WHO e FAO, afirmou que a agro-tecnologia poderia ajudar a alimentar mais de 9 bilhões de pessoas até o ano de 2050.
Segundo o mesmo, as redes de análise de riscos atuais são adequadas para a agro-nanotecnologia, pois atualmente não há outra alternativa para a produção de alimentos.
Percebe-se que hoje a tecnologia contribui com grande ajuda ao crescente avanço da agricultura, exemplos disso é a utilização da nanotecnologia em fertilizantes e agrotóxicos, e hoje, já é possível a construção de sistemas de desenvolvimento de agro-químicos seguros.
Contudo, atualmente a utilização da nanotecnologia na agricultura não é muito adequada, pois a fertilização por bio-sólidos pode causar contaminação do solo, o que não demonstra as dificuldades técnicas para tanto.

Mesa Redonda: Nanotecnologia & Meio Ambiente

Na oportunidade o Dr. Adriano Premebida, a Prof. Dra. Sonia Dalcomuni, a Prof. Dra. Maria Gricia Grossi e a Prof. Dra. Tania  Elias Magno da Silva proferiram suas palestras sobre o tema "Nanotecnologia e Meio Ambiente"


A Prof. Sonia Dalcomuni afirma que o planeta é finito, a sociedade e a economia são subsistemas inventadas pelo ser humano que se inserem num sistema vivo e independente que é o planeta Terra - O meio ambiente. A economia e as ciências sociais estudam os seres humanos e negligenciam a natureza e suas análises; a natureza subsiste sem a espécie humana já o contrário não se verifica. Para ela, em sentido amplo, o desenvolvimento sustentável tem 5 dimensões: econômica, social, ambiental, político/cultural e geográfica. E conclui que as novas tecnologias não são necessariamente melhores ambientalmente, pois se fossem não estaríamos em crise ambiental. Em seguida a Prof. Maria Gricia Grossi falou sobre os conceito básicos de nanotecnologia, quais os benefícios para o meio ambiente, bem como alguns riscos e impactos. E conclui que as discussões da nova tecnologia devem ser ampliados para toda a sociedade, deve ser feita com ampla participação de todas as áreas do saber. A Prof. Tania  Elias Magno da Silva afirma que a  sustentabilidade na Terra é atualmente uma temática presente em quase todas os debates sobre as sociedades humanas. E que as diferentes dimensões da vida social tem sido afetadas pelas tecnociências, contudo, cada vez mais estamos dependentes da tecnologia.

Continuação do Curso 1: Microscopia Eletrônica

No turno da turno da tarde ocorreu a continuação do Curso sobre Microscopia Eletrônica. Na oportunidade os pesquisadores do Instituto de Física da USP, orientados pela Prof. Dra. Maria Cecília Salvadore fizeram uso da palavra

A pesquisadora Dra. Fernanda de Sá Teixeira proferiu a palestra titulada: "Nanopartículas metálicas inseridas em matrizes isolantes". Ela iniciou falando o que é e para que serve os nanocompósitos e matriz isolante, e porque a ideia de fazer essa mistura. A mesma respondeu que achou interessante misturar para criar novas propriedade ópticas e elétricas que tem diversas aplicações, como por exemplo biosensores, aumento da sensibilidade de detecção, tratamento de câncer, entre outros.
O pesquisador Dr. Demetrio Santos falou sobre as Nanotecnologia. Expôs as noções básicas de nanociência, e mencionou que esta vai além dos materiais com dimensões nano. Falou do uso de nanomateriais em litografia, pré-tratamento de materiais, adesão e em células nervosas.
O pesquisador Dr. Wagner Wlysses R. de Araujo explicou o que é, com funciona e quais as aplicações de nanopartículas, nanotubo, cultura de células e a biocompatibilidade. A cultura de células é extrair e manter fora do organismo de origem. Biocompatibilidade: Cultivo de células em materiais (nanotubos, por exemplo), mostra que eles são biocompátiveis.
O pesquisador Dr. Alberto Blumenschein falou sobre a Nanoarte, ou seja, de como fazer arte a partir das imagens que podem ser criadas com a utilização da nanotecnologia.

Continuação Curso 2: Aspectos de Segurança Ocupacional e Nanotecnologia

O Prof. Dr. Wilson Engelmann foi quem ministrou a continuação do Curso.


O título da palestra ministrada foi "Nanotecnologia no meio ambiente do trabalho: O princípio da precaução como um espaço transdisciplinar para equacionar os riscos com a saúde e segurança do trabalhador"
Os pontos abordados foram: A nanotecnologia é um tema transversal;
- O que esperar das tecnologias emergentes para o século XXI;
- A nanotecnologia é divida em 6 áreas: nanomateriais, nanoeltrônicos, nanofotônica, nanobiotecnologia, nanoenergia, nanoambiente;
- Não há ainda um Equipamento de Proteção Individual (EPI) capaz de proteger o corpo e a saúde do trabalhador que manuseia nanomateriais;
- Preocupação da OMS acerca da manipulação dos nanomateriais no ambiente de trabalho;
- Riscos de contaminação ambiental;
- As nanotecnologias e os nanomateriais são inovadores, mas as implicações na saúde não estão bem estudadas e não existe nenhuma legislação específica sobre nanomateriais;
- Engelmann destaca que o Princípio da Precaução deve ser seguido ao discutir a segurança do trabalhador com o manuseio de nanomateriais;

 - As novas tecnologias vão gerar desenvolvimento e não danos à saúde;

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cobertura do X Seminanosoma

Dia 14 de Outubro de 2013


Abertura

Iniciou-se a abertura do evento com as considerações do Dr. Paulo Martins, do Dr. Guilherme Lenz e da Dra. Arline Arcuri.



Palestra: Do Desencanto a Indignação: A Subordinação das Universidades Públicas e do Conhecimento Tecno-Científico

A palestra de abertura do evento foi proferida pelo Dr. José Manuel Rodrigues Victoriano, do Departamento de Antropologia e Sociologia da Universidade de Valencia, Espanha.


O palestrante tratou do processo de subordinação das Universidades Públicas e do conhecimento tecno-científico aos interesses do grande capital econômico mundial, o que vem levando o desenvolvimento científico-tecnológico a deslocar-se do eixo do desencanto para o da indignação.
Para o professor, as mudanças decorrentes do realinhamento das forças capitalistas que se centram, atualmente, na centralidade do conhecimento e da inovação tecnológica vêm ocasionando uma crescente subordinação da pesquisa realizada nas universidades públicas aos interesses do mercado e deflagrando um processo de diminuição do caráter democrático do ensino superior na Espanha e nos demais países do sul da Europa e de outros países periféricos.
As políticas de ajustes fiscais neoliberais e o desmantelamento do estado de bem-estar social fundamentam-se sobre algumas diretrizes ou princípios:

a) a noção de sociedade de conhecimento - o que reduz-se ao conhecimento tecno-científico;
b) a centralização do capital humano altamente especializado em atividades de inovação de produtos e técnicas avançadas e que vendem a ideia de serem avançados;
c) a subordinação das universidades à investigação e ao seu ingresso em um cenário de competitividade;
d) a aplicação da lógica de empresa liberal à lógica das universidades.

Nesse cenário, a inovação tecnológica representa um verdadeiro cavalo de Tróia que, plantado na sociedade de conhecimento, pode representar um dos vetores que farão com que a investigação científica se dirija, cada vez mais, a atender aos interesses de cunho econômico.

Mesa Redonda: Nanotecnologia & Sociedade


A segunda palestra do evento foi proferida pelo Dr. Richard D. Dulley, pelo Dr. Marcos Mattedi e pelo Dr. Wilson Engelman



O primeiro a fazer uso da palavra foi o Dr. Richard Dulley. Ele enfatizou que a nanotecnologia é um trabalho de formiguinha, onde cada um deve fazer um pouco, e, que, cada pesquisa que é realizada é um passo no desenvolvimento dessa tecnologia. Ainda, falou sobre o que está acontecendo com a nanotecnologia no mundo, pois os meios de comunicação não passam para a população todas as informações necessárias sobre tal tecnologia.

Por seguinte, o Dr. Marcos Mattedi proferiu a palestra: "A tecnologia como tecnociência contribuição de abordagem sociológica para o entendimento das relações entre nanotecnologia e sociedade no Brasil."
Para ele, abordagem das relações entre a nanotecnologia e a sociedade envolve a consideração de duas dimensões: sociedade e tecnologia. Marcos apresentou um breve histórico sobre nanotecnologia, afirmando que esta é uma ciência aberta, que envolve várias áreas do conhecimento, contudo, a sociedade não está se fazendo presente. Portanto, Mattedi faz a seguinte indagação: Quais os impactos que a sociedade provocará no desenvolvimento da nanotecnologia? O desenvolvimento da nanotecnologia, constitui uma questão política, e portanto, deve estar aberta ao exame das ciências sociais.


Por fim, o Prof. Dr. Wilson Engelman falou sobre o "Deslizando através das fissuras: a problemática dos riscos e da informação sobre nanomateriais em alimentos."
Para o Prof. as pessoas têm um "certo" medo sobre os riscos que os nano foods apresentam. Não há uma regulação específica no Brasil para a nanotecnologia. Este, mostra como alternativa para a falta de regulação uma governança antecipatória que não dependerá do Estado: análise dos esforços do Projeto sobre Nanotecnologias Emergentes (PEN).


Curso 1: Microscopia Eletrônica


O curso de Microscopia Eletrônica, foi ministrado pelos pesquisadores do Instituto de Física da USP, que são orientados pela Prof. Dra. Maria Cecília Salvadore




Inicialmente, o palestrante Leonardo, buscou informar noções básicas de nanotecnologia, e destacou que os nanomateriais podem ser encontrados facilmente na natureza, estes estão ao nosso alcance, mas na maioria das vezes às pessoas fazem uso e nem sabem. Os nanomateriais são usados por exemplo, para deixar as superfícies anti-reflexivas, auto-limpantes, bloqueador de raios ultra violetas, entre outros. O palestrante defende que o uso dos nanomateriais são essenciais para a humanidade, e que isso é um avanço tecnológico.


Por seguinte,o pesquisador Roman Spirin, destacou que já usamos no mínimo 10 produtos produzidos com nanomateriais mas não soubemos. A lista que passou de exemplos, foi: Bandege, creme dental, chocolate, bolas de tênis, pinturas dos carros, materiais de roupa, protetor solar, óleo de canola, preservativos, e aparelhos eletrônicos. Sua orientadora, a prof. Maria Cecília Salvadore, afirmou que a a tecnologia deve desenvolver-se juntamente com a segurança para o ser humano e ao meio ambiente.



Curso 2: Aspectos de Segurança Ocupacional e Nanotecnologia


O segundo Curso foi ministrado pelo Prof. Dr. Guilherme F. B. Lenz




Guilherme afirma que não há um consenso sobre o tamanho de uma nanopartícula. Falou sobre o mercado global da nanotecnologia, e mostrou que o setor químico é o que mais ocupa a maior parcela do mercado (53%), seguido pelos semicondutores (34%). Setores como farmacêutico, automotivo e defesa representam pequenas parcelas do mercado global de nanotecnologia.

- Os principais problemas associados a utilização e manuseio de  nanomateriais:
1) Síntese, produção e aumento da escala: top down e bottom up.
2) Dispersão, estabilização, funcionalização e integração.
3) Padronização, especificações e controle de qualidade.
4) Manuseio e estocagem
5) Saúde e meio ambiente.
6) Legislação: patentes, normas de controle e movimentação do povo.

Benefícios: Arrolou alguns deles: Ciência dos materiais, medicina e biologia e Tecnologia de informação e eletrônica. Falou, também sobre os riscos, o que é risco, quais os cuidados e como deve ser detectado. A maior dificuldade da segurança ocupacional é como controlar a exposição dos nanomateriais.
Portanto, conclui-se que:
1) Não se deve generalizar nada sobre a nanotecnologia, há muito o que ser estudado;
2) Deve-se pensar em interações;
3) Quais os riscos que são associados a nanotecnologia?
4) É necessário impor limites de segurança;
5) É preciso trabalhar em grupo;
6) O bem-estar do ser humano e o meio ambiente é que devem ser  importantes para as pesquisas.